Urgente: Pazuello passa mal na CPI da Covid-19 e depoimento é suspenso.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello passou mal no intervalo da sessão da CPI da Pandemia em que é ouvido na condição de testemunha. Por decisão do presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM), o depoimento será suspenso.
Em depoimento à CPI da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que só soube do risco de abastecimento de oxigênio em Manaus no dia 10 de janeiro à noite, em reunião com o governador do Estado e secretários. A data em que o Ministério foi informado sobre o problema no Amazonas faz parte de um imbróglio de versões. A atuação do ex-ministro no caso é investigada em inquérito. Como revelou o Broadcast/Estadão, em depoimento à Polícia Federal em fevereiro, o ex-ministro mudou a versão do governo e disse que não soube do colapso no fornecimento de oxigênio no dia 8 de janeiro, como a Advocacia-Geral da União (AGU) havia informado ao Supremo Tribunal Federal (STF) anteriormente.
Por outro lado, Pazuello também disse à CPI que no dia 8 de janeiro já se iniciou o transporte aéreo de oxigênio para Manaus "Todas as ofertas de entrega de oxigênio, eu aceitei todas". "Demanda da White Martins só entrou na lógica do que estava sendo feito", respondeu o ex-ministro sobre a demanda feita pela empresa, alegando ainda que demonstrou interesse no avião ofertado pelos Estados Unidos para transportar oxigênio. A sessão precisou ser suspensa enquanto o assunto era discutido, em razão de um bate-boca envolvendo o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM)
“Medidas possíveis a partir do dia 10 foram executadas para Manaus", disse Pazuello. "O assunto é muito profundo, claro que ações proativas precoces trazem resultados melhores. Em tese, qualquer coisa tratada com precocidade traz respostas melhores", respondeu Pazuello ao relator Renan Calheiros (MDB-AL), afirmando ainda que o senador estava fazendo "suposições" sobre a demora de reação do governo.
O clima na CPI ainda esquentou entre o ex-ministro e o senador Eduardo Braga, depois de Pazuello afirmar que foram apenas três dias de desabastecimento de oxigênio no Amazonas. "Em 4 ou 5 dias, já estávamos com nível de estoque restabelecidos. Tivemos três dias onde aconteceram as maiores dificuldades", afirmou.
Braga então rebateu ao ex-ministro dizendo que a crise de desabastecimento durou 20 dias, e não três. "Não faltou oxigênio no Amazonas em apenas três dias. Faltou oxigênio por mais de 20 dias. É só ver o número de mortos, é só ver o desespero das pessoas. Não é possível", afirmou o senador.
Após um adiamento de 15 dias, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve falar hoje na CPI da Covid. É o depoimento mais aguardado até aqui e o mais temido pelo governo, conta Gerson Camarotti, ainda que o general tenha garantido no STF o direito de não responder às perguntas que possam incriminá-lo.
A sessão está marcada para as 9h.
Presidente da CPI liga para chefe do Exército um dia antes de ouvir Pazuello.
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi citado por diferentes testemunhas em seus depoimentos para os senadores que integram a CPI da Covid (veja no vídeo acima). A comissão parlamentar de inquérito apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 e eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios. O depoimento de Pazuello, considerado essencial, está previsto para quarta-feira (19).
No vídeo acima, veja os principais pontos de declarações de testemunhas sobre os seguintes pontos:
- Pazuello recebeu, ainda em agosto, carta da Pfizer com oferta de vacinas;
- Sob a gestão de Pazuello, ministério deixou ofertas da Pfizer sem respostas;
- Fez opção por comprar vacinas do Consórcio Covax para somente 10% da população;
- Sob a gestão de Pazuello, ministério distribuiu máscaras impróprias.