Desempenho nas eleições coloca o PT no Z4, segundo cúpula do partido.

Em reunião tensa, PT sobe o tom e eleva pressão por reforma ministerial Encontro teve críticas duras a Alexandre Padilha, palmas para Gleisi Hoffmann e cobrança por freio de arrumação no governo; “Entorno de Lula é várzea”, diz dirigente

Desempenho nas eleições coloca o PT no Z4, segundo cúpula do partido.

Tendo como combustível uma crítica do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) ao desempenho do partido nas urnas, o encontro virou palco para a defesa enfática de um freio de arrumação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo os relatos de participantes do encontro, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, foi aplaudida de pé pelos dirigentes, que se revezaram em críticas duras ao ministro de Relações Institucionais.

Nesta segunda-feira, Padilha disse que seu partido precisa fazer uma “profunda avaliação”, alegando que a sigla está no “Z4”, metáfora futebolística que faz referência à zona de rebaixamento.

Após a reunião, o deputado Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, disse ao blog que a fala despertou forte reação na legenda.

“É inaceitável que um ministro de Estado, em vez de cuidar do governo, faça uma coisa desrespeitosa como essa. É um desrespeito com o seu próprio partido. O que vemos é que esse entorno do presidente Lula é que está descredenciado. Ali sim, é tudo várzea. E é fundamental que a gente tenha um freio de arrumação.”

Dirigentes petistas reagiram imediatamente à fala, descrita por eles como desrespeitosa e infeliz.

A declaração inflamou vários discursos durante a reunião, levando os participantes a endurecerem as críticas ao governo.

Em reservado, um ministro de Lula chegou a dizer que Padilha demonstrou total desrespeito com o partido e insistiu que, para o colega, vale a máxima de que em boca fechada não entra mosquito.

Em meio a cobranças por uma mudança de rumo no governo, a articulação política, em especial, área liderada pelo ministro, entrou na mira.

Houve também críticas específicas também ao desempenho do time de Lula na área de comunicação.

Um argumento levantado pelos presentes é o de que há uma falha crucial na divulgação de realizações do governo, o que teria contribuído para o mau desempenho do partido nas urnas.

A insatisfação com as falas do ministro de Relações Institucionais levou Gleisi Hoffmann às redes sociais.

Falando em “refrescar a memória” do colega, a dirigente disse que o partido paga o preço de estar num governo de ampla coalizão, além de ser alvo de uma ofensiva da direita.