Pró Rosângela entrevistada do Fantástico fala sobre o tratamento CART-T Cell

CAR-T Cell: entenda estudo que pretende acelerar produção de terapia genética contra o câncer com células do paciente Pesquisa, que ainda precisa ser submetida ao sistema CEP-Conep e à Anvisa, quer avaliar segurança e eficácia do tratamento em pacientes com linfoma não-Hodgkin de células B.

Pró Rosângela entrevistada do Fantástico fala sobre o tratamento CART-T Cell

O que é CAR-T Cell?

O tratamento é resultado de estudos do Centro de Terapia Celular (CTC-Fapesp-USP) de Ribeirão Preto. Em 2017, a técnica foi aprovada pela FDA, agência reguladora dos Estados Unidos. No Brasil, A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em abril deste ano o registro de um segundo produto para terapia gênica.

A terapia tem como base os linfócitos T, células de defesa do corpo que são isoladas e reprogramadas para identificar e combater o câncer e acontece em etapas:

coleta de sangue do paciente

isolamento dos linfócitos T da amostra

ativação e multiplicação dos linfócitos T em laboratório

criação das células CAR-T por meio do contato entre os linfócitos e um vetor viral inofensivo ao organismo que identifica receptor de células cancerígenas

congelamento e controle de qualidade das células CAR-T

aplicação das células por meio de transfusão de sangue

O processo de modificação dos linfócitos será feito nos centros em São Paulo e Ribeirão Preto.

Por que o estudo focou em pacientes com linfoma não-Hodgkin de células B?

O linfoma não-Hodgkin de células B, mais agressivo, é um câncer no sistema linfático que afeta o linfonodo, que é um gânglio, e se espalha para outras partes do organismo, podendo levar o paciente à morte.

Tratamentos convencionais, como quimioterapia e radioterapia, muitas vezes não conseguem amenizar os efeitos da doença no ser humano, segundo o diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto.

De Santis explica que o estudo focou nessa doença porque ela expressa, na superfície da célula, uma substância chamada CD-19, que, até o momento, é a única que os pesquisadores conseguem combater com os linfócitos T, modificados geneticamente.

“A gente ainda não tem outros alvos. Claro que, em um futuro próximo, será nosso objetivo, tratar doenças que tenham outros tipos de alvo. A gente, por enquanto, vai começar com o CD-19 para depois expandir para outras doenças”.

Em que estágio está o estudo clínico?

O estudo clínico é de fase um e deve ser enviado para aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que faz a apreciação técnica, nas próximas semanas, segundo de Santis.

A análise deve demorar alguns meses e, por conta disso, o início da pesquisa na prática deve começar somente no final do ano.

“Ele ainda não foi submetido porque a gente ainda está fechando o estudo, fechando protocolo (...) É o que a gente chama de estudo fase um fase dois. O foco é segurança, mas a gente também avalia eficácia”, disse o diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto.