Lei que facilita aborto é liberada por Lula e a igreja reage
A reação da Igreja Católica à decisão de Lula sobre o aborto Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se manifestou. Uma postagem do Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, viralizou nas redes e foi criticada por apoiadores do governo. “A Igreja católica não é a favor do aborto! Não é, nunca foi e nunca será a favor do aborto! Não é, nunca foi e nunca será a favor do aborto”, escreveu. Usuários rebateram, reafirmando a laicidade do Estado.
Não gostei nem um mês para que o governo Lula iniciasse o ataque às iniciativas em defesa das gestantes e das vidas em formação. Seguindo firme no propósito de legalizar o aborto no país – como já alertamos antes –, e sabendo que a sociedade brasileira repudia essa prática e que por isso o Congresso Nacional dificilmente aprovaria uma legislação nesse sentido, os ministros e secretários de Lula se mostram bem empenhados em anular tudo o que pode significar um entrave ao aborto irrestrito e aplicável sob qualquer circunstância.
Uma das primeiras ações na implantação dessa política nefasta foi a revogação, assinada na última sexta-feira, 13, pela ministra da Saúde Nísia Trindade, da portaria que estabelecia que os serviços de saúde comunicassem como os casos de emergência de emergência e preservassem materiais que pudessem auxiliar na identificação do agressor por meio de exames genéticos. Com a revogação, volta a ser mais difícil que crimes de estupro possam ser investigados e punidos. Ao mesmo tempo, fica mais fácil que o aborto seja feito em casos não permitidos por lei, sob falsas alegações de estupro.
O “Lula pró-vida” não passa de uma peça publicitária mal feita usada para tentar conquistar a simpatia dos desavisados.
Ao assumir a pasta da Saúde, Nísia Trindade – que não tem formação em áreas da saúde, mas sim em Sociologia e Ciência Política – já tinha prometido revogar todas as normas assinadas sob o governo de Jair Bolsonaro que “ofendem a ciência, os direitos humanos , os direitos sexuais e reprodutivos e que transforma várias posições do Ministério da Saúde em uma agenda conservadora e negacionista”. Na lógica distorcida dos ministros de Lula, tentar aumentar as chances de punir estupradores e evitar que o aborto seja atendido abertamente é “negacionismo”.
Sob a forma de eufemismos, como “direitos sexuais e reprodutivos” e o tratamento do aborto como mera questão de “saúde pública”, o que se pretende é afrouxar ao máximo a legislação vigente sobre o aborto – que não pune a interrupção da gravidez apenas em casos de gravidez decorrente de violação, risco de morte da gestante e, por decisão do STF, casos de bebês com anencefalia. Os primeiros passos nessa direção já foram tomadas e muitos outros, infelizmente, estão por vir.