Presidente do Banco Central comemora projeções da inflação para baixo.
Queda da inflação abre espaço para corte de juros, diz Campos Neto Em evento com empresários, em São Paulo, ele observou que cenário econômico é bom, mas BC não tomará decisão precipitada sobre Selic
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou, nesta segunda-feira (12/6), que as revisões para baixo nas projeções de inflação abrem espaço para que o BC inicie o processo de corte da taxa básica de juros do país, a Selic, hoje fixada em 13,75% ao ano. Ele acrescentou, contudo, que o BC não tomará decisões precipitadas ou de forma artificial sobre o tema.
“Temos que manter a inflação sob controle. O trabalho está sendo feito e entendemos que está no caminho certo. Há um cenário bom, com crescimento sendo revisado para cima e inflação sendo revisada para baixo. Isso abre espaço. Estamos perto da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), eu sou um voto de nove, e não posso adiantar nada do que pode ser feito”, afirmou, em evento promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), em São Paulo.
Nesse caso, o presidente do BC referia-se às previsões divulgados nesta segunda pelo Relatório Focus, do BC, para o qual são consultados cerca de 150 agentes econômicos. A projeção para a inflação medida pelo IPCA de 2023 caiu de 5,69% para 5,42% e a do PIB subiu de 1,68% para 1,84%, em 2023.
Campos Neto pediu ainda “paciência” aos empresários. “Entendendo a insatisfação com os juros, mas é preciso ter paciência. Entendo que as empresas estão sentido muito, algumas mais que outras, e vamos fazer uma força para atingirmos um ambiente de estabilidade para todos o mais rápido possível, mas fazer isso de forma artificial não alcançará o resultado esperado”, afirmou.
O presidente do Banco Central reafirmou que a tarefa da política monetária é fazer inflação convergir para a meta. “Tentamos fazer o processo da maneira mais rápida para ter o mínimo de dor possível”, disse.