De partidos a partidos que vai se montando um ministério, dividir para conquistar.

Como Lula estuda dividir ministérios restantes entre integrantes do Centrão São oito pastas em disputa para o MDB, PSD e União Brasil. A equipe de transição já tem um desenho de como seria essa distribuição, mas ainda há alguns entraves

De partidos a partidos que vai se montando um ministério, dividir para conquistar.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) guardou para a última semana de 2022 o anúncio dos últimos nomes que vão compor sua equipe ministerial a partir do ano que vem.

Em meio aos 16 ministérios que não tiveram os titulares anunciados, há alguns que reúnem mais atenção, seja pelo poder envolvido, pela exposição política ou pelas altas cifras que comandam.

É nesse “filé” que os três principais partidos de centro e centro-direita que circundam o governo eleito estão concentrados. São oito pastas em disputa para o MDB, PSD e União Brasil. A equipe de transição já tem um desenho de como seria essa distribuição, mas ainda há alguns entraves.

Fontes dizem que o PSD deve ficar com indicações para o Ministério da Agricultura e o de Minas Energia.

Há ainda a possibilidade de um terceiro ministério para a sigla para atender a deputados federais. Inicialmente, o nome apresentado ao governo eleito foi o do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), próximo ao prefeito do Rio, Eduardo Paes. Por causa de acusações passadas de violência doméstica, o nome perdeu força.

Já o MDB deve ser contemplado com três pastas. Uma delas para a senadora Simone Tebet (MS), que se reuniu com Lula na sexta-feira (23), mas ainda não bateu o martelo sobre a vaga a ser ocupada.

A maior possibilidade no momento, segundo fontes do partido ouvidas, é que ela fique com o Ministério do Meio Ambiente –caso haja um entendimento junto à deputada eleita e ex-ministra Marina Silva (Rede).

Além disso, em reunião com o presidente eleito Lula nos últimos dias, o partido também recebeu indicativos de outras duas pastas que seriam oferecidas ao MDB: o Ministério das Cidades e o dos Transportes.

É aí que surge um dos impasses. O Ministério das Cidades também é do interesse do União Brasil, partido criado a partir da união do DEM (ex-PFL) com o PSL (partido pelo qual Bolsonaro foi eleito em 2018).

O União já recebeu indicativo de que o partido poderia ocupar o Ministério da Integração Nacional. O líder da legenda na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e o senador Davi Alcolumbre (AP) se reuniram com Lula nos últimos dias para discutir como o partido poderia ocupar cargos na Esplanada.

Ainda há nessa conta o Ministério do Turismo, que é atrativo pela visibilidade que a pasta proporciona em um país com alto potencial turístico como o Brasil, e o Ministério do Planejamento, que concentra muito poder na Esplanada por ficar responsável pelos recursos do governo federal.

Há ainda outras pastas que não tiveram seus ministros anunciados até aqui. O Gabinete de Segurança Institucional deve ser ocupado pelo general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias (conhecido como GDias), que atuou na segurança pessoal de Lula no primeiro mandato.

A Secretaria de Comunicação Social e os ministérios das Comunicações e do Desenvolvimento Agrário devem ficar com o PT. Para o Ministério do Esporte, o nome mais cotado é o da ex-jogadora de vôlei Ana Moser.

No Ministério dos Povos Indígenas, os nomes da deputada eleita Sônia Guajajara (PSOL) e da deputada Joênia Wapichana (Rede) são os com maior chance de serem indicados.

O Ministério da Previdência Social e o da Pesca e Aquicultura ainda não têm uma definição e devem servir para atender a partidos de menores bancadas no Congresso.