A importância da representatividade feminina no Legislativo: o caso de Angélica da Saúde
A posse de Angélica da Saúde como única vereadora eleita para a legislatura 2025-2028 é um marco de reflexão sobre a representatividade feminina na política, especialmente em câmaras municipais onde, tradicionalmente, os homens têm predominado. Este cenário simboliza, ao mesmo tempo, um avanço no reconhecimento da importância do papel das mulheres na construção de políticas públicas e o desafio de equilibrar a participação de gêneros em esferas decisórias.
Angélica da Saúde traz para o Legislativo municipal uma perspectiva singular, calcada na luta por melhorias na saúde pública — um dos pilares fundamentais para o bem-estar da população. Sua eleição, em um contexto onde a representatividade feminina sofreu retração, coloca em evidência a dificuldade das mulheres em alcançarem espaços de poder, ao mesmo tempo que exalta sua resiliência e capacidade de liderar pautas relevantes para a sociedade.
Na legislatura passada, a Câmara contou com duas mulheres: Aninha da Saúde e Conceição Gonçalves. E agora eleita neste pleito,Angélica , sendo a única voz feminina em meio a 12 homens. Este panorama reflete escolhas sociais e políticas que precisam ser debatidas.
A importância da presença feminina
A representação feminina em espaços legislativos não é apenas uma questão de equidade, mas de diversidade na elaboração de políticas públicas. As mulheres trazem abordagens distintas, que consideram desafios muitas vezes ignorados em um ambiente majoritariamente masculino. Áreas como saúde, educação, assistência social e defesa de direitos muitas vezes ganham mais visibilidade com a presença de vereadoras.
Além disso, a presença de Angélica no Legislativo serve como um modelo de inspiração para outras mulheres da comunidade. Demonstra que, apesar das barreiras históricas, é possível ocupar cargos de poder, fortalecer a democracia e ampliar a pluralidade de ideias que refletem a diversidade da população.
Desafios da sub-representação
O cenário observado — apenas uma mulher eleita — destaca um problema estrutural que perpassa não só os municípios, mas as instâncias mais altas do poder. Para mudar essa realidade, é fundamental investir em ações afirmativas, políticas de incentivo à candidatura feminina, capacitação de lideranças e enfrentamento à violência política de gênero, que frequentemente desmotiva mulheres a permanecerem ou ingressarem na política.
Angélica da Saúde, ao levantar a "bandeira da saúde", destaca um tema crucial para a sociedade. Sua fala sobre o privilégio de servir à comunidade reflete um compromisso ético com o bem-estar coletivo, exemplificando como a política pode ser utilizada como ferramenta de transformação.
A eleição de Angélica da Saúde ressalta tanto as conquistas femininas quanto os desafios que persistem. Sua trajetória no Legislativo até 2028 será acompanhada como um símbolo de resistência e, esperamos, como alavanca para inspirar mais mulheres a entrar e permanecer na política. Afinal, a construção de uma sociedade mais justa passa inevitavelmente pela equidade na representatividade política.